segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Termina sem acordo rodada de negociação entre governo e grevistas (Postado por Lucas Pinheiro)

Terminou sem acordo mais uma rodada de reuniões entre representantes do Ministério do Planejamento e de sindicatos de servidores federais, neste domingo (26), para tentar colocar fim às greves no setor público.

O governo ouviu durante o final de semana 14 categorias de servidores federais, mas não houve avanço. O governo afirma que, se os acordos não forem assinados até a próxima terça-feira (28), os trabalhadores ficarão sem reajuste.

Apenas neste domingo, se reuniram com o Planejamento representantes de seis categorias: servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), controladores de voo, analistas de infraestrutura, setor de Ciência e Tecnologia, seguridade social e do Itamaraty.

Assim como aconteceu no sábado, os sindicalistas disseram que vão levar a proposta às suas bases e que respondem, até terça-feira, se aceitam ou não o reajuste de 15,8%, em três parcelas até 2015, oferecido pelo ministério.

O governo afirma que não é possível avançar na proposta de reajuste e que não há mais tempo hábil para a análise de contra-propostas. É preciso incluir o aumento dos gastos com pessoal para o próximo ano no Projeto de Lei do Orçamento 2013, que tem que ser enviado ao Congresso até a próxima sexta (31). Por isso o governo estabelece a terça como prazo máximo para assinar os acordos. O período entre terça e sexta seria usado para técnicos redigirem os acordos e os projetos da lei orçamentária.

Segundo o ministério, as negociações após essa data podem continuar, mas só serão incluídas no Orçamento de 2014.

A maior parte dos sindicatos que representam os servidores públicos federais receberam proposta de reajuste de 15,8% a ser pago em três parcelas até 2015, com exceção dos docentes e dos técnicos-administrativos das universidades federais.

Desde março, quando começou a campanha dos servidores por reajuste salarial, o governo diz ter participado de mais de 180 reuniões com mais de 30 sindicatos.

Servidores que tiveram dias não trabalhados descontados da folha de pagamento do mês de agosto, que será paga em 1º de setembro, poderão negociar com o governo sob a condição de encerrarem a paralisação.

sábado, 18 de agosto de 2012


Coluna Panorama Político de Hoje (18-08-2012 - SÁBADO) do jornal O Globo (Blog de Ilimar Franco), no Painel do Paim



Governo rachado

          Os ministros do PT estão possessos com a postura da presidente Dilma. O motivo é a greve do funcionalismo. Como muitos têm militância sindical, gostariam que o Executivo adotasse uma posição mais flexível. Também estão incomodados com  a centralização das negociações nas mãos da ministra Miriam Belchior (Planejamento), a quem acusam de ser intransigente. 

O efeito Lula
Parlamentares com larga experiência eleitoral avaliam que é prematura qualquer avaliação das candidaturas do PT nas capitais. Argumentam que a força petista só será conhecida quando começar a campanha na TV e o presidente Lula aparecer no vídeo pedindo votos para os seus eleitos. Sustentam que não se deve subestimar seu carisma. Lembram que sua força já foi testada em 2010, quando ele garantiu maioria para o governo Dilma no Senado, derrotando vários ícones da oposição. Mais do que uma eventual candidatura presidencial em 2014, os ataques da oposição ao ex-presidente têm como objetivo minar sua influência nas eleições de outubro.
"Precisamos regulamentar como se dão as greves do setor público. Temos que enfrentar essa discussão

Brizola Neto
Ministro do Trabalho
Isolamento
A presidente Dilma quer distância de manifestações em suas viagens país afora. Pediu aos assessores blindagem total. Para isso, foi criada uma força-tarefa informal no Planalto. O general José Elito (Segurança Institucional) está indo aos locais dois dias antes de Dilma para se certificar da segurança e impedir qualquer aproximação.
Quem faz oposição?Ministros se divertem com o anúncio do PSDB de apoio a presidente Dilma. Um deles comentou: “Estamos sem oposição”. O outro emendou: “Como assim, sem oposição? E o Dudu?”, referindo-se ao governador Eduardo Campos.
Os tucanos e a presidente
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), explica os elogios à presidente Dilma, por causa do programa de concessões: “A presidente está executando o nosso programa. E ela veio do brizolismo, estatizante e nacionalista”.
Carteiraço
O candidato do PT a prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, tentou ser esperto mas se deu mal. Fez uma visita à presidente da Petrobras, Graça Foster, como deputado estadual, dia 6. Tirou fotos do encontro e publicou no seu site da campanha. Ao saber do ocorrido, Graça ficou uma fera. Mandou o jurídico da Petrobras avisar a Neves que ele teria 24 horas para tirar o material do ar.
Apoio de peso
Candidato à prefeitura do Rio, o deputado Otávio Leite (PSDB) acredita que vai deslanchar com a propaganda na TV. Ele vai exibir na telinha os apoios de Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Agora vai.

Izabella Teixeira comemora
O Ibama recebeu título de Excelência Geoespacial para o Gerenciamento do Meio Ambiente concedido pela Geospatial Media and Communications. O prêmio se deve ao monitoramento ambiental da Amazônia.
A presidente Dilma vai reativar o “Conselhão”. Dia 30 no Salão Leste do Planalto. Ele foi rebatizado: “Conselho do Desenvolvimento Sustentável”.

domingo, 12 de agosto de 2012

Mantega: funcionalismo ‘precisa entender que a prioridade do governo é incentivar investimento’ (Josias de Souza)


O governo agendou para esta semana a apresentação de suas propostas salariais aos servidores públicos em greve. A julgar pelo que diz o ministro Guido Mantega (Fazenda), é improvável que os grevistas saiam satisfeitos das reuniões que ocorrerão desta segunda (13) até sexta-feirra (17).
“É preciso que todos entendam que há limitações orçamentárias e a prioridade do governo neste momento é incentivar os investimentos produtivos”, afirma Mantega. O gestor da chave do cofre falou ao repórter Vicente Nunes.
Segundo ele, o governo não descarta a hipótese de conceder reajustes salariais. Recorda que já “foi feita uma proposta aos professores de universidades federais”. Agora, “vamos olhar outras carreiras”, acrescenta.
Porém, Mantega pondera: “É importante deixar claro que, na média, o funcionalismo tem salários muito maiores do que os pagos na iniciativa privada.” E repisa: “A prioridade do governo neste momento é estimular o crescimento da economia por meio dos investimentos, que darão a dinâmica do PIB.”
Insiste: “Sabemos que há limitações orçamentárias. Por isso, vamos estabelecer prioridades. Além da ampliação do processo de desoneração da folha de salários de setores intensivos de mão de obra, vamos fazer uma nova rodada de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.”
Simultaneamente à negociação com os servidores, “nesta semana, o governo vai lançar a primeira fase de um grande programa de expansão dos investimentos em infraestrutura, que se somará aos investimentos em petróleo e gás, que estão entre os maiores do mundo, aos da indústria automotiva, entre outros.”
Mantega exemplifica: “Só a Petrobras investirá mais de R$ 80 bilhões e a Vale, cerca de R$ 40 bilhões.” Ele soa otimista: “Com essas medidas e o cenário de retomada da economia neste semestre, tenho certeza que os investimentos voltarão a se acelerar. Muitos empresários ficaram temerosos com a recaída lá fora, diante da incapacidade da Europa em resolver rapidamente seus problemas. Mas vão perceber que o Brasil está em um momento muito bom, fazendo uma reforma estrutural.”
Dilma dispensa aos servidores um tratamento mais draconiano do que o que foi observado sob Lula? “Não vejo grandes diferenças”, Mantega respondeu. “É preciso olhar para trás e ver o que ocorreu.”
Eis o que o ministro enxerga no retrovisor: “Em 2003, como ministro do Planejamento do recém-empossado governo Lula, tive que fazer um grande ajuste fiscal. Promovemos um corte expressivo nos gastos, entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões. Com isso, conseguimos dar reajuste de apenas R$ 60 para cada um dos servidores, o que provocou grande gritaria.”
“Em 2004, também o aumento para ao funcionalismo foi pequeno. De 2006 para cá, com a economia crescendo mais, assim como a arrecadação, foi possível conciliar três coisas: dar bons reajustes aos servidores, ampliar os investimentos e fazer um sólido ajuste fiscal, que derrubou a dívida pública. Esse é o modelo ideal.”
Ao voltar-se para o parabrisa, Mantega vê outro cenário: “Agora, não vivemos o mesmo quadro. Portanto, temos de definir prioridades. Não se pode esquecer, ainda, que a presidente Dilma deu reajuste de 4,5% a boa parte do funcionalismo. Isso precisa ficar claro.”