segunda-feira, 25 de março de 2013


Ao lado de Eduardo

 Campos, Dilma diz 

precisar de aliados

 comprometidos

  • Já o governador lembra do legado tucano na economia
  • Cidade de PE teve ‘guerra de faixas’ na visita de Dilma e Eduardo Campos





O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a presidente Dilma participam da inauguração de uma adutora para combater os efeitos da seca na cidade pernambucana de Serra Talhada Hans von Manteuffel / O Globo
BRASÍLIA e SERRA TALHADA - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira a necessidade de se montar coalizões políticas para governar um país da complexidade do Brasil e, em cerimônia que teve a participação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que os aliados têm de estar comprometidos com um projeto de nação.
Campos, que participou com Dilma da inauguração de uma adutora para combater os efeitos da seca na cidade pernambucana de Serra Talhada, é um aliado histórico do PT, mas tem se movimentado na direção de uma eventual candidatura à Presidência em 2014, quando Dilma buscará a reeleição.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a presidente Dilma participam da inauguração de uma adutora para combater os efeitos da seca na cidade pernambucana de Serra Talhada
Foto: Hans von Manteuffel / O Globo— Vamos continuar sendo um dos países com menor taxa de desemprego. Vamos, sobretudo, cada vez mais, provar que o país só é forte e desenvolvido se tivermos a determinação e coragem de continuar por esse caminho. E esse caminho é o caminho deste país com tantas diferenças, deste país grande e democrático, deste país sem guerra, mas sobretudo dessa capacidade de construir democraticamente uma coalizão para dirigir este país. Nenhuma força politica sozinha é capaz de dirigir um país desta complexidade. Precisamos de parceiros. Precisamos que esses parceiros sejam comprometidos com esse caminho — disse Dilma durante a cerimônia.
Em seu discurso, a presidente elogiou a parceria do governo federal com a administração de Campos no estado e citou vários investimentos federais em Pernambuco, como a duplicação de estradas e a refinaria da Petrobras em Abreu e Lima, que a presidente garantiu que será concluída.
- Pernambuco eu acho que é um novo Pernambuco nos últimos dez anos e, sem dúvida, o governador tem um grande papel nisso e o governo federal, tanto com Lula como na minha gestão, também tem - disse.
Dilma também exaltou em diversos momentos de sua fala seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lembrando que ele é nordestino e pernambucano.
‘Não sou de prometer e não cumprir’
Em sua primeira visita a Pernambuco depois que o nome de Campos passou a aparecer como seu adversário na sucessão presidencial, Dilma fez questão de detalhar todos os investimentos que o governo federal vem destinando ao estado. Já Campos, em discurso ao lado da presidente, mencionou a importância da estabilização da economia no período em que o país foi governado pelo PSDB. O governador, por outro lado, também agradeceu as parcerias com as gestões petistas.
Entre os investimentos em Pernambuco, a presidente anunciou o início de novas obras hídricas, uma nova ferrovia e deu um aviso às mais de 3 mil pessoas que se comprimiam para vê-la:
- Não sou de prometer e não cumprir - disse, referindo-se a iniciativas com as quais afirmou que recuperará as perdas dos últimos dez anos que os sertanejos enfrentaram com a seca.
Junto com o governador, Dilma inaugurou em Serra Talhada o primeiro trecho da Adutora do Pajeú, que deixará 90 mil pessoas livres da dependência de carros-pipa. No discurso, ela disse que o Brasil tem hoje "outra cara" e não aquela feia de antes, da "miséria e da exclusão".
O governador Eduardo Campos, ao falar sobre os problemas causados pela seca, afirmou à presidente que a estabilização da economia foi importante para que o governo do ex-presidente Lula pudesse distribuir renda.
- Construímos fundamentos macroeconômicos importantes e, depois, com Lula, vimos essas condições fazer o governo chegar aonde não chegava antes - disse o pernambucano, que na semana passada se reuniu com o ex-governador José Serra (PSDB).
‘Guerra de faixas’
Em Serra talhada, o clima de disputa entre Dilma e o governador Eduardo já estava nas ruas. Nos muros, postes, em prédios e até na BR-232, a "guerra" foi visível em faixas padronizadas, confeccionadas por seguidores dos dois lados. O PSB mandou confeccionar 20 faixas. O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), não ficou atrás.
"Presidente Dilma, Serra Talhada sente-se honrada com sua visita. Aqui temos gratidão e lealdade ao seu governo", dizia uma faixa. Em outra, assinada pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), o socialista foi saudado: "Obrigado, governador Eduardo Campos, pela criação do Fundo de Desenvolvimento municipal".
O fundo foi anunciado em fevereiro, logo após um encontro de Dilma com prefeitos de todo o país, inclusive do nordeste, que disseram ter saído frustrados da reunião com a presidente. A Amupe é presidida pelo prefeito José patriota, que é do PSB.
Às margens da BR-232, adolescentes seguravam faixas em defesa do governador. Eles teriam recebido R$ 20 pelo serviço. Na BR-232, uma equipe do “Jornal do Commercio”, que vinha para Serra Talhada, flagrou um carro de repartição oficial de Pernambuco distribuindo faixas pró-Campos.
Campos e Dilma participaram da cerimônia de inauguração de um trecho de 118 km da Adutora do Pajeú, projeto hídrico incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), orçado em R$ 547 milhões. A previsão do governo é de entregar todo o projeto, que totaliza 598 km de tubulações, no final deste ano.
Dilma participará de missa no Rio
A demora no repasse de dinheiro para os municípios é outra reclamação frequente, e o governo poderá mandar os recursos diretamente paras as prefeituras. Desde abril do ano passado, o governo federal já liberou R$ 5,1 bilhões para ações emergenciais contra a seca.
De Serra Talhada, a presidente seguirá diretamente para o Rio, onde participará à tarde da missa em memória das vítimas das enchentes na Serra Fluminense, com governador Sérgio Cabral. Eles vão sobrevoar a região e depois terão uma reunião de trabalho.


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segunda-feira, 18 de março de 2013

Dilma defende medidas mais drásticas para que as pessoas deixem áreas de risco | Agência Brasil
 
Renata Giraldi
Enviada Especial da Agência Brasil/EBC

Vaticano - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (18) que devem ser tomadas 'medidas um pouco mais drásticas' para impedir que as pessoas insistam em ficar em áreas consideradas de risco, na tentativa de reduzir o número de vítimas de enchentes. Segundo ela, só com ações mais rigorosas será possível diminuir a quantidade de vítimas. Ela negou que houve problemas de prevenção no Rio de Janeiro. A presidenta conversou hoje com o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
'Eu acho que terão que ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem nas regiões que não podem ficar, porque aí não tem prevenção que dê conta', disse a presidenta, que está em Roma para participar amanhã (19) da cerimônia que marca o começo do pontificado do papa Francisco.
Dilma disse que o serviço de prevenção no país atua, sobretudo, por meio de alerta para as pessoas que vivem em áreas de risco. 'A nossa prevenção hoje avisa as pessoas', disse ela, lembrando que foi informada por Cabral que dois funcionários da Defesa Civil morreram em serviço ao tentar retirar pessoas de áreas de risco.
'Os dois servidores públicos que morreram, a gente tem que honrá-los, porque estavam justamente tentando retirar essas pessoas [que vivem em área de risco]. É uma questão de conscientizar', disse a presidenta. 'O problema é que muitas vezes as pessoas não querem sair [das áreas onde vivem]. É uma situação muito difícil, porque choveu 300 milímetros, é quase o tanto que chove em um ano em algumas partes do Brasil e choveu em um dia em Petrópolis'.
Dilma disse que é impossível impedir desastres naturais, mas o esforço é evitar a sequência de dramas que costuma ocorrer devido aos acidentes da natureza. 'O homem não tem condição de impedir desastres naturais. O que ele [o homem] tem que impedir é a consequência dos desastres. É isso que a gente tem lutado para fazer no Brasil', disse, citando os sistemas de satélite, de pluviômetros e da articulação das defesas civis no país.
A presidenta se disse informada sobre as enchentes. Segundo ela, a ministra da Casa Civil tomou as providências, por meio da liberação de recursos, para minimizar os problemas. 'A ministra Gleisi Hoffmann está provendo todos os recursos necessários para que não haja mais vítimas, para que se minimize isso'.
Edição: Fábio Massalli
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sábado, 16 de março de 2013

Dilma defende alianças políticas durante posse de novos ministros

Para a presidente, é impossível dirigir um país com as dimensões do Brasil sem ter uma visão de compartilhamento e de coalizão.


Na posse de três novos ministros, a presidente Dilma Rousseff defendeu as alianças políticas  do governo.

VEJA O VÍDEO DA POSSE:

http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/03/dilma-defende-aliancas-politicas-durante-posse-de-novos-ministros.html

Foi uma cerimônia rápida. O secretário-geral do PDT, Manoel Dias, assumiu o Ministério do Trabalho no lugar de Brizola Neto. Na Aviação Civil, Moreira Franco, do PMDB, substitui Wagner Bittencourt.
O novo ministro da Agricultura, o deputado Antonio Andrade, assumiu a vaga de Mendes Ribeiro, ambos também do PMDB.
Na despedida, a presidente Dilma fez o ex-ministro Mendes Ribeiro chorar. Nos últimos tempos, ele vem enfrentando um câncer.
“Agora você, Mendes, tem o direito, mas, sobretudo, tem o dever de pensar na sua saúde, porque nós todos precisamos de você”, disse a presidente.
Nenhum ministro discursou. A presidente Dilma foi a única a falar e defendeu a necessidade de fazer alianças para governar. A presidente afirmou que é preciso compreender e respeitar a diversidade em um país de dimensões continentais como o Brasil.
“Aprendi que, em uma coalizão, você tem que valorizar as pessoas que contigo estão. Não acredito que seja possível este país ser dirigido sem essa visão de compartilhamento e de coalizão”, declarou a presidente.


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