Pai de estudante resume caso como “inconsequência dos outros”. “Só por Deus agora”, disse Marco Aurélio Duarte, 47 anos, pai da estudante Mayana de Almeida Duarte, 23 anos, que foi ferida em decorrência de um racha na Avenida Afonso Pena, no centro de Campo Grande.
Estudante do 2º ano de Direito, Mayana está em coma na Santa Casa de Campo Grande, onde a família se reúne à espera de “boas notícias”.
Cerca de dez parentes da jovem foram até o hospital e estão visivelmente transtornados. Até o meio da manhã de hoje, o pai ainda não sabia as circunstâncias do acidente.
Ao ser informado que dois carros faziam uma disputa na avenida quando um dos veículos atingiu o Celta ocupado pela filha, Marco Aurélio apenas lamentou. “Inconsequência dos outros”.
Marco Aurélio não sabia onde Mayana ia no momento do acidente porque a estudante mora com a mãe, que foi medicada devido ao estado emocional.
O tio, Valter Sandin de Almeida, 49 anos, está preocupado com a saúde do avô de Mayana. “Ela é o xodó do meu pai. Não sei se ele resiste”, desabafa.
Racha - Mayana ficou ferida em acidente ocorrido na madrugada desta segunda, no cruzamento da Avenida Afonso Pena e Rua José Antônio. Conforme testemunhas, ela foi vítima de disputa de racha entre os condutores de um Vectra e um Uno.
Por volta de 3 horas, a jovem conduzia um Celta, placa HSY-5724, pela na Rua José Antônio, quando o carro foi atingido pelo Vectra, placa CCY-1805, conduzido por Anderson de Souza Moreno, 19 anos, conhecido como Fuscão. O Celta ficou destruído.
O Vectra seguia pela Avenida Afonso Pena, sentido Parque dos Poderes ao Centro, mesma direção do Fiat Uno, placa HRU-5334, conduzido por Willian Jhonny de Souza Ferreira, 25 anos.
O Celta parou a 45 metros do local do acidente. Já o Vectra parou a 24 metros da colisão e destruiu um banco de concreto no canteiro da avenida.
Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) passava pelo local e socorreu Mayana e Anderson, que foram levados para a Santa Casa.
Conforme a Polícia, testemunhas relataram que o Vectra e o Uno desrespeitaram o semáforo vermelho no cruzamento da Avenida Afonso Pena e Rua José Antônio.
Ainda segundo as pessoas que viram o acidente, os rapazes já tinham “furado” o sinal de trânsito na Rua 13 de Junho e estavam em alta velocidade. Os condutores do Uno e do Vectra se recusaram a fazer o teste do bafômetro.
Anderson também foi internado e Willian Ferreira prestou depoimento e foi liberado.
Ele argumentou que estava a 50 quilômetros por hora, enquanto o condutor do Vectra estaria a 80 quilômetros por hora. A perícia vai verificar as informações prestadas pelo condutor.
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) como acidente de trânsito que causa lesão à vítima e competição não autorizada